Muita gente não sabe, mas há um limite de idade para financiar um imóvel. Por isso, quem deseja comprar um apartamento por meio de financiamento precisa ficar atento, pois a idade ainda é fator determinante na hora de aprovar um financiamento.

Vamos mostrar como é feito esse cálculo do limite de idade para financiar um imóvel e possíveis formas de preservar sua independência por meio da compra da casa própria mesmo na terceira idade.

Por que existe limite de idade para fazer um financiamento?

Essa é uma pergunta frequente entre as pessoas mais velhas que têm renda e que desejam adquirir um imóvel.

Por que existe limite de idade para fazer um financiamento?

Nesse sentido, vale lembrar que um financiamento imobiliário é, na verdade, um empréstimo e que as regras para a obtenção desse crédito dependem do perfil do comprador.

Muitas vezes, não é suficiente comprovar renda, estar em dia com os sistemas fiscal e jurídico e apresentar toda a documentação.

Para a instituição financeira, é fundamental que o interessado tenha uma idade compatível com o tempo do financiamento — só assim estará realmente habilitado para o processo.

Para colocar regras claras, chegou-se a um número: a idade do comprador somada ao tempo para quitar o saldo devedor não pode ultrapassar 80 anos e 6 meses.

Assim, se o interessado quiser contratar um financiamento de 30 anos, isso significa que sua idade limite deverá ser 50 anos.

Claro que, além disso, ele terá que estar apto em relação à sua renda familiar.

Seguindo essa lógica, uma pessoa com 70 anos só conseguirá financiar um apartamento por 10 anos e 6 meses no máximo, ou seja, 120 parcelas.

O que muda para os mais velhos na hora de contratar um financiamento?

Qualquer pessoa, independentemente da idade, ao fazer um financiamento imobiliário precisa contratar um seguro habitacional.

Ele garantirá a quitação da dívida do segurado. Em outras palavras, na ocorrência de um sinistro, o saldo devedor será coberto por esse seguro.

Sendo assim, quando uma pessoa mais velha financia um imóvel e contrata o seguro, inevitavelmente acaba pagando taxas mais altas, já que a seguradora conclui que a probabilidade de sinistro é maior pela idade avançada e, consequentemente, há maiores riscos de invalidez permanente ou morte.

As seguradoras consideram, até mesmo, a alta possibilidade de diminuição das fontes de renda no caso de uma pessoa idosa. Isso porque, com o aumento dos gastos com saúde, acaba sobrando menos recursos para outras áreas. E isso também impacta no valor das taxas do seguro.

Para se ter uma ideia, o seguro obrigatório para uma pessoa acima de 65 anos pode chegar a 25% do valor da prestação, enquanto que, para um comprador na faixa dos 30 anos, não passa de 5%.

Mas uma coisa precisa ficar clara: as instituições financeiras, de acordo com a Resolução CNSP nº 205 da Superintendência de Seguros Privados, são obrigadas a aceitar coberturas desses clientes, cuja idade somada ao tempo de financiamento resulte em até 80 anos e 6 meses. E vale destacar que o contrato do seguro segue o prazo de vigência do financiamento.

Os mais velhos precisam comprovar uma renda maior?

Os mais velhos precisam comprovar uma renda maior?

Como vimos, quanto mais velho o comprador, maior o valor das parcelas, já que o seguro cobra taxas mais altas.

Por isso, as instituições financeiras exigem que o solicitante comprove capacidade de pagamento das prestações que vai assumir.

Sendo assim, os idosos acabam tendo que comprovar ganhos mensais maiores, mesmo quando se trata de imóveis semelhantes, já que o valor da parcela será mais alto.

A maioria dos bancos exige que o comprador comprometa, no máximo, 25% de sua renda familiar.

A exceção fica por conta da Caixa Econômica Federal.

A instituição aceita o comprometimento de até 30% da renda no começo do financiamento, uma vez que o reajuste das parcelas acontece por meio do sistema Sacre.

Em vista de tudo isso, o melhor mesmo é comprar a casa própria o mais cedo possível.

Se você já chegou na terceira idade e só agora teve condições para isso, saiba que existem algumas opções para que as parcelas diminuam um pouco ou para que você consiga obter o financiamento com mais facilidade. Confira.

FGTS

O comprador pode usar os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como entradaIsso fará com que haja um abatimento no montante a ser financiado, o que reduzirá o valor das parcelas.

Lembre-se de que o financiamento é a diferença entre a entrada e o preço do imóvel.

Para saber exatamente quanto precisará dar de entrada para que as parcelas caibam no seu bolso, peça para a instituição financeira fazer algumas simulações.

Composição de renda

Quando se opta por adquirir um imóvel com outra pessoa, é possível compor a renda.

Assim, são consideradas as fontes de renda de ambos e as chances do financiamento ser aprovado aumentam consideravelmente, sendo esta uma ótima alternativa para a compra do tão sonhado imóvel.

Porém, vale destacar que, no cálculo das condições do contrato, sempre será considerada a idade do comprador mais velho — então, esse limite seguirá como um fator determinante.

Assim, o recomendável é sempre avaliar as condições com muito cuidado para que, no futuro, você não seja surpreendido com valores que não consegue pagar.

Agora que você já sabe qual o limite de idade para financiar um imóvel, não adie a compra do seu apartamento. Lembre-se de que quanto antes fechar o negócio, maior o prazo e menores os juros.

Se precisar, utilize suas economias ou FGTS para a entrada, o que diminuirá o valor das parcelas. E, para aumentar as chances de o financiamento ser aprovado, opte pela composição de renda.

Se você faz parte do grupo dos mais velhos ou conhece quem esteja passando por uma situação como essa, agora já sabe como deve ser feito o cálculo para o limite de idade para financiar imóvel.