Um bom lugar para viver é algo essencial ao ser humano, pois confere mais segurança, tranquilidade e até mesmo liberdade para investir em outros aspectos da vida. No entanto, nem sempre essa conquista é simples de ser realizada. Por isso, é essencial que qualquer pessoa saiba o que precisa para comprar um apartamento.

O lado bom é que, por meio de algumas ações específicas, escolhas precisas e atitudes simples, o investimento no mercado imobiliário pode ser feito com sucesso, aumentando o patrimônio e adquirindo um imóvel que atenda às necessidades dos seus moradores. Continue lendo e descubra como fazer isso em cinco dicas.

1. Organize-se financeiramente

Não tem jeito: o primeiro passo para comprar um apartamento é ter organização financeira. Trata-se de um investimento robusto e que, embora traga excelentes retornos, precisa ser muito bem pensado e administrado. Ao seguir as dicas que separamos abaixo, você conseguirá, definitivamente, fazer isso. .

Conheça todas suas despesas

Para ter organização financeira você precisa conhecer muito bem as suas despesas. Como a compra de um apartamento é uma decisão importante, ela tende a influenciar outros aspectos da sua vida e você precisa levá-la a sério, tomando nota de absolutamente todos os seus gastos, recorrentes ou extraordinários, bem como os da sua família.

Isso vale para qualquer movimentação financeira, desde as compras de supermercado do mês até pequenos pagamentos comuns no cotidiano de qualquer pessoa. Felizmente, nos dias de hoje, existem recursos que ajudam a fazer isso, como aplicativos de finanças. Se você não é dos mais tecnológicos, uma boa planilha pode dar conta do recado.

Quite todas as dívidas antes

Para boa parte das pessoas, ao fazer uma checagem das despesas recorrentes, é bastante provável se deparar com alguma dívida. Por isso, você não deve ter dúvidas: para comprar um apartamento, o cenário ideal é eliminá-las por completo. Afinal, você não desejará arcar com uma aquisição de porte tão elevado estando com a vida financeira bagunçada.

Tenha em mente que, ao fazer um financiamento de imóvel, por exemplo, você terá que pagar prestações mensais, que não podem atrasar. Sendo assim, é recomendável diminuir ao máximo a existência de outros compromissos e pendências. Portanto, negocie com seus credores, peça descontos e se livre de eventuais juros e multas.

Faça renda extra

Para melhorar sua organização e ter maior capacidade do ponto de vista financeiro na hora de adquirir um apartamento você também deve pensar em formas de aumentar os seus rendimentos. Analise muito bem qual é o seu salário, não olhando apenas o que vem no contracheque, mas o valor líquido que, efetivamente, sobra para você todos os meses.

Algumas despesas, como a escola das crianças ou o plano de saúde, por exemplo, são fixas e você não deve sequer considerar esse dinheiro, pois ele sairá automaticamente. Além disso, cogite realizar alguns serviços extras como freelancer, vender alguns itens ou fazer horas extras, se possível. Isso aumentará seu capital e seu poder de compra. 

Defina uma meta para poupar

Depois de conhecer suas despesas, aumentar os seus rendimentos e eliminar suas dívidas, chegou a hora de definir uma meta para poupar. Nessa etapa, você precisará decidir quanto vai separar todos os meses para a compra do seu apartamento. Isso é imprescindível, por exemplo, para que você consiga dar uma entrada robusta.

Se você seguiu todos os passos até aqui, você conhece sua renda mensal e pode cortar gastos supérfluos com maior facilidade, por exemplo. Pouco adianta definir metas inatingíveis, pois isso pode causar frustrações. Lembre-se que, para as prestações, você comprometerá 30% da sua renda mensal. Vá fazendo ajustes para chegar a esse valor antes mesmo de financiar.

Aposte nas trocas inteligentes

Uma estratégia muito inteligente para quem deseja mais organização financeira na hora de comprar um apartamento é apostar nas trocas inteligentes. Isso consiste em saber que, para obter todos os benefícios de se tornar dono de um imóvel, você e seus familiares precisarão, eventualmente, se abster de algumas coisas das quais gostam.

Entretanto, isso não significa que é necessário ser muito radical. Pouco a pouco, você pode passar a fazer escolhas inteligentes, administrando para onde o seu dinheiro vai. De repente, um plano mais barato da TV a cabo já pode ser suficiente, um restaurante caro pode ser substituído por um belo jantar em casa e assim por diante.

Fuja das compras por impulso

Uma das coisas que mais pode gerar despesas desnecessárias para algumas pessoas são as compras por impulso. Por mais banal que isso possa parecer, não é incomum que esse tipo de hábito acabe minando as economias e prejudicando a organização financeira. Para ter o seu apartamento, você precisa, definitivamente, evitar que isso ocorra.

Uma tática muito boa é a de simplesmente evitar visitas despretensiosas ao seu shopping ou centro comercial favorito, por exemplo. Mude seus roteiros e não gaste com coisas desnecessárias apenas por mero consumismo. Mantenha o foco no seu objetivo principal e saiba que a recompensa virá depois, com juros e correção!

Tenha uma reserva de emergência

Quando você já estiver com a situação financeira melhor organizada, é bastante interessante cogitar a criação de uma reserva emergencial. O cenário perfeito é guardar uma boa quantia por mês, de forma que você consiga chegar a um valor relevante, que pode ser útil em eventuais circunstâncias posteriores, como crises ou problemas no emprego. 

O objetivo de ter uma reserva é gerar um fundo que só será utilizado em situações extremas, o que acaba oferecendo mais segurança para o dia a dia, sobretudo em um País que tem tantas oscilações econômicas quanto o Brasil. Por isso, vá juntando aos poucos, na medida do possível, até chegar ao montante equivalente a alguns meses de prestações.

Faça o seu dinheiro render

Independentemente do tamanho da sua reserva emergencial, é muito importante não cair na tentação de deixar esse dinheiro parado. Quando o assunto é ganhar dinheiro, a opinião é unânime: aumentar os rendimentos é uma vontade de toda e qualquer pessoa, independentemente de quais forem os objetivos traçados. Por isso, é essencial escolher um investimento seguro para direcionar o curso do seu dinheiro.

Uma dica bacana é separar um horário e conversar com seu gerente, falando de suas intenções de comprar um apartamento e pedindo sugestões de aplicações com grande perfil de segurança, mas que proporcionem algum rendimento. Não se esqueça de evitar alternativas de médio e alto riscos, pois você não pode perder esse valor.

Aprenda como calcular o valor de entrada

2. Aprenda como calcular o valor de entrada

Agora que você já sabe como ter uma boa organização financeira para comprar um apartamento, podemos partir para outro tema muito importante para esse tipo de transação imobiliária, que é o momento da entrada. Caso você não tenha uma quantia reservada para arcar com tal custo, o processo pode ficar bastante complicado para você.

A entrada faz parte do financiamento de uma propriedade e você precisa compreender como funciona o seu processo como um todo. Ao financiar, você está, em linhas gerais, solicitando um empréstimo para o banco, instituição financeira ou mesmo construtora, que será pago ao longo de meses ou anos, em prestações mensais.

No entanto, o seu credor, seja ele qual for, precisa de algumas garantias de que você vai pagar a sua dívida ao longo do tempo e, dessa maneira, fazer com que o montante emprestado retorne. Até mesmo por isso, eles não financiam 100% do preço do imóvel e, dessa forma, exigem que os clientes paguem determinada quantia em dinheiro logo no início.

Via de regra, a prática comum do mercado imobiliário exige uma entrada mínima de cerca de 30% do valor do apartamento. Porém, isso pode variar de acordo com uma série de fatores, entre os quais entram a renda mensal do comprador, seu histórico de pagamento, a organização que está oferecendo o crédito e, principalmente, a participação em programas habitacionais.

Você precisa ter em mente também que, quanto maior for a entrada, menores são as parcelas e, principalmente, os juros, que incidem vigorosamente no quanto você pagará no final das contas. Por isso mesmo, é muito importante economizar tanto quanto você puder, para tirar o seu sonho do papel, mas sem comprometer tanto o seu orçamento no futuro.

3. Descubra como encontrar o imóvel ideal

Pouco adianta ter uma incrível organização financeira e saber tudo a respeito do valor de entrada na hora da compra do apartamento se você não conseguir encontrar o imóvel ideal, não é mesmo? Por isso, vamos dar algumas dicas para que você não passe por esse problema e saiba mapear as oportunidades disponíveis no mercado. 

Identifique o que sua família precisa

O primeiro passo para encontrar o imóvel ideal na hora de comprar um apartamento consiste em definir quais são as principais demandas da sua família. Afinal, pouco adianta se tornar um proprietário se a unidade em questão não comporta o número de pessoas que ali viverão ou não atende ao estilo de vida com o qual vocês estão acostumados.

Por isso, reflita sobre temas como quantas pessoas realmente morarão na residência, o número de quartos e banheiros necessários, a presença de vagas de garagem, a existência de espaço para animais de estimação e assim por diante. Leve em conta também o futuro, pois filhos crescerão e podem precisar de mais privacidade, por exemplo.

Conheça as características da região

Muitos especialistas consideram a localização como o item mais importante na hora da precificação de um imóvel. Isso se torna bastante claro se considerarmos que, em linhas gerais, mesmo propriedades muito similares em metragem e características podem ter preços muito diferentes de acordo com a cidade, o bairro ou mesmo a rua.

Por isso, procure dar um pulo no local e conhecer as adjacências, analisando fatores de infraestrutura, serviços disponíveis e facilidade na locomoção. Para quem tem filhos, é preciso verificar a presença de praças, escolas, shoppings e parques. Se o apartamento estiver em um condomínio, vale a pena ter o mesmo cuidado com as áreas internas.

Estude o mercado imobiliário local

Não é recomendável investir em imóveis sem aprender um pouco sobre o mercado imobiliário. Embora seja comum que propriedades valorizem sempre, esse é um investimento robusto e que pode trazer ainda mais benefícios se você souber identificar oportunidades interessantes, gerando patrimônio perene para você e até mesmo para os seus filhos.

Existem indicadores bastante claros de que uma região está apresentando bom potencial de valorização. Foque em áreas que estejam recebendo investimentos privados, como a construção de condomínios e novos empreendimentos residenciais, bem como uma atenção do poder público, com instalação de pontos de ônibus, recapeamento de ruas e assim por diante.

Tenha atenção quanto aos defeitos

Para compradores mais minuciosos, essa é uma dica que cai muito bem. Afinal, qualquer que seja a propriedade, ainda que de alto padrão, e independentemente de onde ela estiver localizada, podem existir problemas. Por isso, você deve ter um olhar atento, até para se programar para consertá-los ou barganhar um desconto.

Por isso, para muita gente, essa acaba sendo a grande vantagem de adquirir um imóvel na planta. Ele vem com todas as instalações completamente novas, nunca utilizadas por ninguém. No entanto, se a sua compra for de um usado, dê aquela checada no sistema elétrico, parte hidráulica, piso e, logicamente, a documentação .

Veja se o imóvel cabe no seu bolso

Depois de passar por todas essas dicas e chegar ao imóvel que você deseja, é preciso ter um último cuidado: ver se o imóvel cabe no seu bolso! Afinal, você não quer estourar o seu orçamento, por mais que essa seja uma compra vantajosa e que prometa um excelente retorno no futuro, especialmente em médio e longo prazos.

Pondere sobre quanto você tem para a entrada, a quantia que colocou como reserva financeira e quanto deve ficar a prestação. Não se esqueça também dos custos extras, como a taxa de condomínio, o IPTU, o pagamento de ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) e até mesmo a mudança, que não costuma ser muito barata.

Saiba escolher o melhor financiamento

4. Saiba escolher o melhor financiamento

Vamos supor que você se organizou financeiramente, separou o valor de entrada, encontrou o imóvel perfeito e está pronto para se tornar um proprietário. O próximo passo, portanto, é fazer um financiamento com um banco, construtora ou instituição financeira. Para isso, também é necessário tomar alguns cuidados. Veja abaixo quais são. 

Conheça os tipos de financiamento

O primeiro passo para escolher o melhor financiamento é conhecer os seus tipos, não é mesmo? Hoje, no Brasil, contamos com duas modalidades, que são o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). No SFI, é possível financiar imóveis residenciais que custem mais de R$ 1,5 milhão ou que não se encaixem no SFH.

Já no SFH, você poderá financiar unidades residenciais que custem até R$ 1,5 milhão. Os recursos voltados para este sistema são oriundos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) ou do famoso FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), enquanto os do SFI advém do Mercado de Capitais

Aprenda sobre os sistemas de cobrança 

Da mesma forma que existem modalidades distintas de financiamento, existem sistemas de cobrança diferentes e você precisa escolher um deles para ser aplicado no seu empréstimo. Um dos mais conhecidos é a Tabela Price, na qual as parcelas já contam com valores fixos, visto que os juros já estarão embutidos em sua composição.

Também temos o Sistema de Amortização Constante (SAC), que é bastante procurado porque as prestações vão diminuindo com o passar do tempo. A alternativa é o Sistema de Amortização Crescente (SACRE), que é uma espécie de união entre a Price e a SAC, com parcelas mais altas no começo, mas que depois começam a reduzir.

Observe os juros de cada instituição

Embora existam limitações impostas pelo governo de acordo com cada modalidade de financiamento, as instituições têm algumas variações quanto às condições oferecidas para o cliente. Por isso, as pesquisas e comparações são muito importantes para quem deseja financiar um apartamento da melhor maneira possível. 

As taxas de juros são uma das características que podem encarecer de maneira considerável cada uma das parcelas a serem pagas e o custo efetivo total. Por isso, você deve fazer várias simulações e ver qual a melhor escolha para o seu perfil. Também é interessante acompanhar o andamento da taxa Selic, a principal responsável por basear essa tarifa.

Descubra qual é o custo efetivo total 

Muita gente fica presa apenas ao valor da prestação e às taxas de juros. Embora isso seja muito importante, existem outros fatores que incidirão sobre o montante que você pagará para quitar o seu empréstimo. Sendo assim, quando todos os gastos são incorporados, você poderá determinar qual é o custo efetivo total (CET).

Esse é o resultado que agrupa todas as despesas que a pessoa terá e ajuda na visualização dos gastos em geral. O banco ou empresa que disponibilizar o CET mais baixo, provavelmente, será a melhor escolha e a mais indicada para não comprometer tanto o seu orçamento, especialmente quando estivermos pensando em longo prazo.

Considere a idade como um fator

Você já viu que os bancos podem oferecer vantagens e condições mais atrativas de acordo com uma série de fatores, como a quantia dada de entrada, a renda mensal do requerente do financiamento e o seu histórico de bom pagador. Também é muito comum que as instituições sejam mais benevolentes com os seus clientes antigos.

No entanto, existe um item que deve ser levado em conta: a sua faixa etária. Ela será considerada para estabelecer o valor final do crédito, o prazo para quitação, juros e demais encargos. Por isso, veja qual a organização tem a melhor proposta com relação à idade e disponibiliza boas oportunidades para o seu perfil.

Analise a qualidade do atendimento

Outro fator fundamental, mas que nem sempre é considerado na hora de comprar um apartamento e fazer um financiamento diz respeito ao atendimento prestado. Lembre-se de que você terá um relacionamento de anos ou mesmo décadas com a instituição. Por isso, os contatos realizados precisam ser claros e satisfatórios.

Em caso de problemas, como atrasos nas prestações ou extravio de boletos, por exemplo, você precisará de um canal aberto para negociação ou solicitação de uma segunda via. Por isso, o seu interlocutor deve ser sempre solícito, claro e eficiente, com a devida agilidade para resolver quaisquer questões e fornecer as informações que você deseja.

Se você chegou até aqui, você já tem praticamente todos os elementos necessários para comprar um apartamento com sucesso e fazer isso de uma maneira financeiramente saudável, garantindo um investimento de excepcional custo-benefício, mas sem fazer com que isso impacte negativamente no seu orçamento familiar.

Gostou de descobrir o que precisa para comprar um apartamento? Quer aprender um pouco mais sobre temas relacionados com o mercado de imóveis? Então, não deixe de conferir o nosso outro conteúdo que fala sobre como avaliar um imóvel antes da compra!